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Location: Coimbra, Portugal

Wednesday, June 18, 2008

Luar

Na lua, companheira, vejo um sorriso
Momento ténue no torpor dos meus dias de afastamento
Sinto uma falta aveludada, espécie de saudade
Das coisas que param à minha volta

Abandono os espaços do costume
E concentro-me nessa falta
Recheada de lembranças lindas.

E a doçura do abraço
É a mais estonteante réstia do toque
Entre o que foi e o que não se sabe que é.

Releio os códigos
Procuro perguntas
Mas só encontro respostas
E um copo semi-cheio, semi-vazio.

Será das luzes, dos ruídos?
Será da falta, do desejo?
Do esgar de um sorriso
De um brilho profundo e inconfundível
Num olhar a que chamo casa.

Chego ao calor de um corpo
Que me chama pelo seu nome e não o meu
Que me envolve na dormência acetinada
E me faz ficar.

E adormeço
Num colo que é o meu
Vazio de pele queimada pelo sol
Num qualquer dia de abandono.

Se me perguntasses o que faço
O que quero
Dir-te-ia que estou agitada
Que me faltas
E por isso
Me aquietaria ao teu lado.

Até haver luar novamente neste céu imenso.

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